Dezenas de tutores e seus animais passaram pelas ruas do Gravatá na manhã do último domingo (31) para a tradicional Cãominhada, encerrando a programação do aniversário de 63 anos de Navegantes. Realizado pela Secretaria de Proteção e Cuidado Animal, o evento proporcionou momentos de lazer, socialização e conscientização contra o abandono e os maus-tratos.

“Nossa Cãominhada foi um sucesso de público e nos surpreendeu, além de se tornar uma vitrine para pets em busca de um novo lar. Em todas as edições levamos cães do Departamento de Assistência e Bem-Estar Animal (Daba) que estão para adoção para aumentarmos as chances deles serem adotados”, avalia a secretária Sorilei Dapper.

Foi por conta do evento, inclusive, que Yuri, um cãozinho de três patas (ele não tem uma das patas traseiras) chamou a atenção e conseguiu ser adotado após passar quatro anos no Daba. 

Na Cãominhada, o que não faltam são histórias emocionantes de adoção e de tutores que encontraram nos animais um novo sentimento. 

Amanda Moraes, por exemplo, tem hoje nove cães em casa. Ela já chegou a ter 22 — todos eles de resgate. Uma das cachorrinhas dela é a Lola, da raça Lulu-da-Pomerânia, cuja mãe era uma cadela matriz, ou seja, tratada especialmente com o objetivo de procriar para venda de filhotes.

“A mãe da Lola foi resgatada de um canil clandestino, que conseguimos fechar. Ela estava em estado crítico quando a encontramos”, conta. Para Amanda, o sentimento por esses animais é inigualável. “Um amor muito verdadeiro e recíproco”, diz. 

Jaqueline Rocha também é uma tutora de animais adotados. Atualmente, são duas cachorrinhas dentro de casa, uma delas com três patas. A outra é uma filhote, a que Jaqueline e seu filho levaram para a Cãominhada. “Meu filho, Ravi, quer que ela se chame Goiabinha, mas ainda não decidimos. Agora ela tem um lar, amor e carinho”, relata.

Há quase seis anos em solo navegantino, a psicóloga aposentada Fátima Mendes se mudou com o marido da capital do estado, Florianópolis. “Eu amo de paixão Navegantes, cidade tranquila, povo acolhedor”, diz. Foi aqui que ela se encontrou com Bidu, um cachorrinho que surgiu em seu lar de modo surpreendente. “O cachorro seguiu meu filho da Praça Central até o Gravatá, onde moro. Ele andou 10 quilômetros. Foi aí que entrou na minha casa e nunca mais saiu”, conta. 

Para Fátima, ter um animalzinho em casa ajuda-os a ter uma rotina e ocupar o tempo. “Para o meu marido, que também está aposentado, foi a melhor coisa, porque ele se ocupa da alimentação do Bidu, dá almoço, jantar. Caminha com ele de manhã, à tarde. É a paixão da nossa família”, descreve.